terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dia 26 - Navegando rumo a Fernando de Noronha (Brasil)

00:05h: Momento de emoção e reflexão... estamos ultrapassando o trópico do equador. É sem dúvida a metáfora desta grande aventura. Um marco que me deixa consciente que estarei começando a deixar a fase do outono de nossas vidas e me preparando para ingressar na fase do inverno. Fase que é de extrema importância para finalizar nossa experiência humana.

Abrimos uma champagne e brindamos....velejando a todo pano. Céu estrelado, noite fresca, vento a 18 nós de sudeste e velocidade de 7 nós. O Okey Dokey já veleja continuamente há vários dias e estamos ligando motor somente para carga de baterias auxiliares. Volto a sentir prazer em estar neste sonho, ansioso a iniciar minhas comunicações com a família.

9:00h da manhã o vento aperta de novo. Uma formação de nuvens agita o ambiente... o vento continua a subir... toca o alarme do piloto... o barco perde o rumo... desligamos e religamos os equipamentos e nada.

O Gulilherme desce a cabine e abre o compartimento do piloto, e... o eixo que liga a central ao quadrante do leme havia quebrado... estávamos sem piloto novamente e com ventania. Vou para o timão e o Guilherme tenta desmontar o burro da mestra para adaptar um eixo... missão quase impossível, porém após 45 minutos de luta ele consegue adaptar a peça e eu manter o barco no rumo.

Não foi nada fácil mais uma vez. Se ficássemos sem piloto a noite, com o céu encoberto a referencia para timonear seria somente a bússula. Tudo bem se o vento não estivesse nos castigando. A própria peça do piloto não aguentou a fúria do mar.

11:30 da manhã e ainda faltam 190 milha até Noronha. Pelo visto tensão até a chegada. Fico sempre preocupado com a adaptação do eixo.

Marcos Antonio Cascino

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